quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Perdas de um final de ano

Era jovem, tinha 44 anos.
Mas devido à fragilidade a que todos estamos submetidos,
Deixou de ser jovem, velho
E em poucas horas tornou-se uma lembrança.

Por um trágico incidente uma família se mantém unida nesse fim de ano...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Adeus ano velho

É isso aí, final de ano, começamos a pensar no balanço de td aquilo que se passou em um ano.
E como esse ano foi intenso para certas pessoas.

Em apenas um ano, lembrei o que é amar de novo, uma não, duas vezes e as duas lembrei da dor de perder um amor, no acostumar-se com a sua ausência e em como apesar de dolorido, podemos crescer mto com td isso, e em como eu ainda lido com uma das perdas...
Crescimento e transformação talvez tenham sido as marcas desse ano. Escrevi não somente aqui a questão do renascer, mas em diversas outras formas de expressão que possuo.
Tive minha primeira experiência de quebra de consciência.
Estudei sobre corpo loucamente, apaixonando-me novamente por ele.
Resgatei a infância em meus trabalhos, e percebi a sorte que tenho de ter pais como os meus, a gde importância que apenas um espaço para brincar tem na vida daqueles que mal sonham.
Entrei e larguei do movimento estudantil, mas o que aprendi com ele, levarei para o resto de minha vida, espero que meu sentimento de luta tb.
Me libertei criativamente.
Desisti de mudar certas coisas e fiquei mais pé no chão, mirando aquilo que acredito que posso mudar.
Desisti de comprar camisetas, parti pro faça vc mesmo.
E só nesse final de ano, foram tantas as mudanças.
Mudar de casa, sair da casa dos pais, ajudar os avós, ter um quarto, note, tv. Poder finalmente ter um espaço que seja meu e que eu tenha privacidade.
Deixei de ser tão coletivo e passei a pensar mais em mim, claro, sem esquecer do coletivo tb.
Me tornei mais forte, mais seguro, mais eu.

É, quem diria que aquele garotinho amedrontado se tornaria o que é hj e com vistas em mudar mto ainda..

Apesar de td, foi um ano excelente, que ainda bem, passou...
Tantos acontecimentos e ao mesmo tempo pareceu tão rápido, só pensando agora me dou conta da dimensão de 2009, e que venha 2010.

Agora com mtos planos, mas deixou pra outro post...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz Natal

Ah, natal, aquela data onde tudo parece mais bonito, mais alegre. As pessoas ficam mais dispostas a ajudar o outro.
E depois que ela acaba o pessoal só pensa no ano novo e em gandaiar.

Mas o natal me lembra mesmo é família.

Esta, uma das grandes instituições de nossa sociedade.

No natal algumas coisas sempre acontecem,
revemos os parentes que nem lembramos que existem.
A hipocrisia da família fica mais evidente e trocamos presentes com aquelas pessoas que nem sabemos o que dar, mas afinal, família é família.

A gente percebe que vai ficando velho, é não é só por causa daquela tia que sempre fala que crescemos, ficamos gdes, já estamos moços. Mas qdo ganhamos meia ou cueca, percebemos que o tempo já passou.

Mas a família não fica só na hipocrisia, ela adquire diversas formas.

Há sempre aquela que nada sabe e nada fala, onde tudo parece tranquilo e às vezes de fato é...
Há aquela que acha que sabe tudo e se sente no direito de buzinar no seu ouvido.
Há tb a cada um na sua, não me imtrometo na sua vida e vc não se intromete na minha que fica td certo.
Há a família novela mexicana, na qual sempre tem um drama e td acaba em choro.
Há a tradicional fofoqueira, onde os buchichos rolam soltos, mas ninguém nunca sabe de nada.
E é claro, a bêbada, onde todos falam eu te amo e coisas sem sentido...

Mas família é isso aí.
Algumas são melhores, outras são piores, uns com tantas outros com tão pouco.
E ela continua aí, nos alegrando, irritando,
Mas aí...

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novas alucinações

E depois de muito tempo ele sempre volta a postar em seu recanto perdido.
Para regozijo de uns e nojo de outros o menino voltou com uma novidade.

Suas mais novas alucinações se tornaram presentes.
Em um ritual, um chá, uma cadeira, um espaço, um tempo, um grupo, uma irmandade.
Tudo aconteceu sentado naquela cadeira de praia sem saber para onde ir.
Seu corpo se desfazia, unia-se a cadeira, ao chão, ao universo.
Suas sensações se aguçaram, seu toque se aprofundou, comunicou-se com o que havia ao redor, pôde sentir as mais diversas oscilações num corpo presente.
Uma agitação tomou conta de seu corpo e olhar da sociedade se tornou presente, angustiante e não soube controlá-lo.
A presença de outros o irritou. Quis um momento para si, quis se conhecer e se aprofundar naquele oceano por dentro de sua forma.
E de repente tudo virou graça. Sua alegria infantil estava de volta, suas experimentações pareciam estar iniciando e seu corpo se via em risos e sons experimentais.
Seu corpo já tomara vida própria, unida as diferentes formas que apareciam no espaço.
Sons, música, passos, o relincho do cavalo se alternavam entre presentes e distância.
Sentiu-se transformando, renascendo, derretendo.
Seu corpo já não tinha mais as mesmas sensações, seu controle já era outro, sua experiência mudara-o como jamais imaginara.
E depois, voltou a casa, a seu mundo, voltou a pensar e refletir.

E chegou a conclusão de que suas alucinações eram presentes de uma morada escondida na profundidade de um oceano cheio de vida dentro de si.

Aquietou-se e voltou a viver...

sábado, 17 de outubro de 2009

Jogo do Amor

O tabuleiro é montado,
As peças são colocadas
E o jogo começa.

Os jogadores se olham,
Se encaram,
Se estudam.

Cada movimento tenta ser registrado.
Observa-se todas as nuances e pequenos gestos.
Tenta-se prever as atitudes.

Um quer entender o outro.

Truques são feitos,
Armadilhas são postas.

Cada jogada é computada,
Ganham-se e perdem-se pontos.

Sua-se frio,
Fica-se nervoso.
Ambos fazem de tudo para ganhar.

Mas por mais que tentem controlar a situação,
Há sempre um grau de imprevisibilidade,
Uma jogada não esperada.

E tudo pode mudar.

A tensão aumenta,
O suor escorre.

A cada jogada aproxima-se de um final:
Um ganhador e um perdedor.

A atmosfera os envolve,
Os sentimentos prendem,
O medo domina.

E de tão absortos na partida
Não percebem que este jogo
Não possui um manual de instruções.

domingo, 4 de outubro de 2009

Tu

Continuo a pensar em vc, mas a cada dia menos, a cada dia com menor intensidade.
Meu coração e meu ser ao mesmo tempo em que desejam que sua imagem seja apenas uma parte de minha história, não me deixam colocá-lo no passado e te seguram no presente.
O paradoxo de se superar um amor.
A sensação de que ele nunca deixará de existir, mas o conhecimento de que se acostuma com a ausência.
Minha história me fala que supero, minha história me conta que passa. Minha história conversa comigo e me consola.
Meu passado te traz ao presente.
Meu presente se faz em sentimentos em sensações.
Um futuro incerto atira-me uma esperança da qual tento desviar.
O que se fazer com um todo que não se processa de maneira isolada? O que fazer quando sentimentos e racionalidade se diferem, se complementam, se estranham, se envolvem?
O que se fazer num estado de anomia já familiar?
O que eu faço com o que sinto por vc?

domingo, 27 de setembro de 2009

A Porta

Estou aqui diante de uma porta.
Não sei se bato,
Se entro.
Não sei se ela está aberta.

E se não estiver?
Por onde andará sua chave?
O que terá por trás de sua forma?

Seria uma porta de entrada?
Ou de saída?
Não seriam todas as portas de entrada e de saída?

Penso nas portas que já abri.
Penso naquelas por quais passei.
Algumas eram mais bonitas que outras.

Por algumas passo todo dia.
Algumas me conduzem a um começo.
Outras a um fim.

Algumas possuem avisos, enfeites.
Outras nem maçaneta tem.

Mas esta porta,
Esta simples porta,
Depois de inúmeras portas.

Ainda me assuta,
Me intriga,
Me convida.

Ainda é uma porta.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Sonho de um menino

Era uma vez um menino. Um menino alegre e sorridente. Por onde passava ele trazia alegria, tirava sorrisos das caras mais sérias. Também tinha um bom coração. Um coração jovem e puro. Por onde passava também levava amor e carinho.
Certo dia o menino teve um sonho.
Eufórico foi direto para o quarto da mãe lhe contar. Acordou-a e contou-lhe tudo.
Sonhou que era um príncipe de um castelo num reino encantado e distante. Em uma de suas andanças fora parar numa floresta. Uma floresta obscura e com uma torre no meio. Dizia a lenda que naquela torre havia uma bruxa e uma criatura amaldiçoada. Quem conseguisse tirar a maldição e salvar a criatura ganharia o mais precioso de todos os bens. E durante muitos dias o príncipe rondou o local. Podia ouvir os gritos da criaturam, eles assustavam qualquer um que passasse por ali, mas o príncipe sabia que ela só gritava porque sofria e quis ajudá-la.
Decidiu que seria aquele quem a salvaria e montou em seu cavalo, pegou sua armadura, o escudo, a espada e voltou para a torre. Mas por causa de uma armadilha tornou-se um prisioneiro. E foi trancado junto com a criatura. No começo teve muito medo dela, mas com o passar dos dias percebeu que ela apenas queria ajudá-lo e tornaram-se amigos. Ela então contou que se ele não saísse de lá até a lua cheia também se tornaria uma criatura.
Os dois então bolaram um plano para fugir e na noite anterior à lua cheia executaram-no. Mas a bruxa percebeu tudo e tentou prendê-los novamente. O príncipe não se deu por vencido e começou a batalhar com a bruxa. A criatura, no entanto, tinha muito medo e não conseguiu reagir, até o momento em que a bruxa derrubou o príncipe que desmaiou.
O príncipe só acordou do lado de fora da torre. Estava com uma pessoa ao seu lado, percebeu que a maldição da criatura tinha sido desfeita e ela voltara a sua forma original. Não entendeu direito ainda o que havia acontecido, ainda estava fraco e desmaiou novamente.
Quando acordou já estava em seu castelo. Agora pensava que a criatura devia ter lutado contra a bruxa de quem tinha tanto medo. Ficou feliz, ela vencera o medo para protegê-lo.
Quando se recuperou pôde conhecer a verdadeira criatura. Não era aquilo que esperava, mas seu amor já era grande e resolveram se casar.
Os dois então fizeram uma grande cerimônia. Como o príncipe era muito querido por todo o reino, todos compareceram e fizeram uma grande festa.
E foi assim que viveram felizes para sempre.
A mãe achou graça no sonho do menino. Ele contara de maneira tão viva que ela ficou emocionada. E apenas disse que um dia encontraria a tal criatura e que ela se tornaria sua princesa, como acontecera em seu sonho.
O menino não entendeu direito, quis contar o sonho de novo para sua mãe, mas essa apenas o mandou voltar para a cama e sonhar com a sua princesa.
E assim o fez, voltou para a cama e voltou a sonhar. Mas a cada vez que tinha esse sonho o menino ficava mais triste. Chorava todas as vezes que o tinha. E a cada vez ficava mais angustiado se perguntando por onde andaria a princesa em seu sonho.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Turbulência

E estamos aqui e a vida simplesmente não pára,
não pára de andar, de girar, de rodar.
E a gente fica nesse meio, sem saber o que fazer.
A gente planeja, a gente tenta, se esforça,
mas ela sempre dá um jeito de nos virar de cabeça para baixo, apontar o dedo e ainda rir da nossa cara.
Mas, por favor, vida, pára só um pouquinho.
Deixa eu respirar, recuperar o fôlego para continuar a te acompanhar.
Me dé um minuto, um sossego,
me dá um tempo...

domingo, 16 de agosto de 2009

Hora de escrever

Ok, agora parece que está na hora de escrever mesmo.

Mudei o blog, vamos começar a transformar isso num possível blog mesmo.
Pelo menos aqui as pessoas podem comentar, hahahaha.

Deixarei apenas o poema e começo como se fosse um blog novo.

Deixo um vídeo pra vcs da Ana Cañas

http://www.youtube.com/watch?v=dFTYvF7Asn4

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Aquele Domingo

Naquele domingo estava sol.
Havia um encontro no parque. Um encontro para o qual cheguei cedo.
Esperei, esperei durante muito tempo. Já estava cansado de esperar.
Mas eles chegaram. Chegaram antes de você, me cumprimentaram, se relacionaram.
Me conheceram.
Até que você apareceu.

No começo nem te percebi. Olhei de longe e vi apenas mais um de óculos escuros entre a multidão.
E foi naquele momento, naquele em que tirou os óculos que te vi.
Seus olhos...
Seus olhos falaram comigo, me atraíram, me cantaram. Seus olhos me convidaram a te conhecer.
Seu olhar adocicadamente forte me marcou. Quis ter aquele olhar posto em mim, quis ser a visão de sua janela.
Desejei, desejei sobrepujá-lo.
E por um breve momento descansei do tempo.

Mas ele voltou e voltou rápido.
Quando dei por mim, estávamos numa roda bebendo, jogando, brincando.
Me perdi e subitamente me encontrou.
Perguntou-me sobre a comida que trouxera.
Novamente me perdi. Me perdi das palavras, da racionalidade.
Quando consegui retornar, respondi aquilo que não queria ouvir.
E de repente seu olhar mudou. Sentiu-se enojado, decepcionado.
Logo me preocupei e o peso da responsabilidade veio a minha porta.
Quis ajudar, mas não sabia como. Quis acolher, mas não sabia como. E apenas tentei demonstrar compaixão e preocupação.
Você notou e seu olhar mudou outra vez.
Agora não estava apenas forte, estava intenso.
Uma intensidade com a qual não soube lidar.

Me afastei, você investiu.
Me recolhi, você me envolveu.
Quis fugir e você me segurou pela mão.
Foi então que te dei uma sentença. Não estava pronto. Os outros ainda estavam aqui.
Não se importou.
Me olhou certo e seguro.
Agarrou minha mão com mais alento e me conduziu para outro lugar.

Esse lugar era diferente. Diferente daqueles que tinha estado.
Não sabia o que fazer nem como reagir. Você me mostrou, me ensinou.
Tive receio, quase desisti.
Mas seu olhar me declarou confiança, suas palavras me fitaram com sinceridade, seu cheiro me tocou com segurança.
Dessa vez, não me agarrou. Fui eu quem pegou em sua mão e não quis soltar.

E nesse lugar nos conhecemos.
Nesse lugar nos sentimos.
Nesse lugar nos apaixonamos.
Nesse lugar nos amamos.

É... Era domingo. Estava sol naquele domingo...