tag:blogger.com,1999:blog-58002695805186157542024-03-08T12:28:00.023-08:00Embaixo de uma ÁrvoreKenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.comBlogger65125tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-58354869642586853072014-10-26T20:33:00.003-07:002014-10-26T20:33:37.959-07:00Esse Domingo<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nesse
domingo estava frio. Era noite e o céu estava encoberto. Uma chuva estava por
vir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nos
reencontramos num lugar forasteiramente familiar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Você havia
mudado, eu também.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Falamos
sobre nossas mudanças. Sobre nossas vidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Falamos
sobre nossas escolhas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Estávamos
tentando nos reencontrar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Trazíamos
uma proposta de local para onde seguir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ao chegar
lá, logo de longe vimos suas portas fechadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Não pudemos
entrar e nem sabíamos se ele ainda funcionava.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Paramos para
refletir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Era
necessário recordar outro lugar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Foi quando
começou a chover.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Abri meu
guarda-chuva e você se aconchegou.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Passou seu
braço sobre meu pescoço, <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Segurei em
sua mão e naquele gesto conseguimos nos olhar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nossos olhos
não se cruzaram, não careciam mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Caminhamos
juntos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Caminhamos
pelas ruas encharcadas de histórias, de sentimentos e sensações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ponderamos
em parar, mas não conseguimos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nossos
desejos nos impulsionavam a seguir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E por essa
rua continuamos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Afrontando a
chuva, afrontando o frio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Afrontando o
tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Tentamos nos
despedir, mas não conseguimos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Nossos
corpos não queriam nos separar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Queriam se
tocar, queriam se reconhecer,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mesmo com
todo o esgotamento,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mesmo com
toda a caminhada chuvosa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Você decidiu
seguir o seu rumo,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mas dessa
vez eu que peguei em sua mão,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu que
investi,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu que te
envolvi.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu te fitei
e quis caminhar junto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Dessa vez eu
que estava pronto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Ambos
estávamos com medo, inseguros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu não sabia
como guiar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Eu não sabia
para onde isso nos levaria,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E ainda não sei
seus desdobramentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Mas essa
chuva não me causa mais frio,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Essa chuva
já não me faz procurar um abrigo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Agora é
nessa chuva que quero estar,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
É debaixo de
um guarda-chuva que vou permanecer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
Com meu
braço sobre seu pescoço<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
E minha
coragem sob nossos pés.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
É... Era domingo.
Estava chovendo nesse domingo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
(09/2014)</div>
Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-30149652466150943872012-07-19T21:29:00.000-07:002012-07-19T21:30:06.768-07:00Coisas que um hétero jamais entenderá - Cap. IMe lembro de qdo era jovem e de qdo comecei a descobrir minha sexualidade. Era mto novo, talvez 4, 5 anos, não lembro exatamente. Sei que estava na minha antiga escolinha, mas em qual série? Jardim, prézinho? Não sei.<br />
<br />
Lembro dos meus amigos, tanto lá como na minha rua. Sempre gostei de me relacionar com as pessoas. Desde pequeno era apenas um garoto sorridente tentando se encaixar no mundo, como todos os outros. Lembro o quão estranho esse mundo parecia para mim, e o quão estranho eu parecia para ele, me sentia de outro planeta. E mtas vezes ainda me sinto.<br />
<br />
Com o tempo aprendi a me encaixar. Aprendi a me comportar e fui aprendendo o que era certo do que era errado. Mas de novo, esse mundo me parecia mto estranho. Eu era uma criança mto pensativa e como vivia com mtas pessoas, fui notando suas diferenças, suas ideias.<br />
<br />
O mundo foi mostrando sua outra face. Gostava de ver os outros sorrirem. Eu mesmo adorava sorrir, a minha marca era um sorriso. Só que com o tempo, percebi que nem sempre o riso era bom. Fui aprendendo o que eram as chacotas, brincadeiras, zoação. Nada que td mundo não passe, nada que seja tão traumático.<br />
<br />
<span style="background-color: white;">Fui entendendo que certos comportamentos eram inaceitáveis, certos gostos eram inaceitáveis, certos modos de ser. Eu não entendia porque, eu não entendia os motivos de não poder ser assim. E tudo o que eu via me dava mto, mto medo. Eu não queria sofrer como os outros, eu não queria ser como os outros, eu não queria existir. Eu só queria viver e ser amado, aceito. E parecia que daquela forma eu perderia td o que era importante para mim.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">Tinha algo diferente, tinha algo estranho ali, em mim. </span><br />
Uma das brincadeiras que os meninos mais sofrem é ser chamado de bicha, mulherzinha, mariquinha. Nossa virilidade dever ser mostrada e aplaudida desde cedo. Eu acho que nunca sofri mais que os outros em relação a isso, nunca fui perseguido por isso, trancado no banheiro, ameaçado ou apanhado. Mas já bati, já revidei, já quis mostrar o quão viril eu tb poderia ser. E nunca foi o suficiente.<br />
<br />
Não lembro exatamente qdo eu percebi que aquela zoação específica era mais forte para mim. Algo me mobilizava com aquilo, algo era mto angustiante. Era como se colocassem um espelho em minha frente e dissessem para eu olhar uma imagem distorcida. Mas o que estaria assim, a imagem ou eu?<br />
<br />
Não sei bem quando percebi que todas as vezes que falavam, faziam essas brincadeiras, sentia-me parte dela. Mesmo não sendo comigo, mesmo eu distante, mesmo se fosse eu quem as iniciasse, incentivasse. Era como se todos os dedos que estivessem apontados para outro lugar virassem, mirando o meu peito. Não eram eles que tds perseguiam, era a mim.<br />
<br />
Com o tempo, aprendi a me defender com meu silêncio. Meu sorriso se foi com a minha voz. Aprendi a não me importar. Mas nunca, nunca adiantou, eu sempre me importei.<br />
<br />
E sempre que faziam isso com outros, eu me virava. Não interferia, não fazia nada. Não conseguia ajudar, não queria que fossem para cima de mim, não queria pensar sobre isso. Tb não conseguia fazê-lo, era um sofrimento que eu não desejava a ninguém. Nessas horas eu simplesmente deixava de existir.<br />
<br />
Eu tentei de todas as formas esquecer. Usava todas as estratégias que podia. Pensava que seria apenas uma fase, que logo td passaria. Criava paixões e até chegava a realmente acreditar nelas, afinal td já era tão confuso, isso não seria mais. Bolei planos HTs, construí sonhos HTs, quis me tornar HT.<br />
<br />
A angústia só aumentou, a dor só aumentou. Inúmeras foram às vezes que chorei trancado no banheiro, no chuveiro ou debaixo dos cobertores.<br />
<br />
E td isso pq desde pequeno eu já sabia que não era aceito, eu já sabia que não poderia ser quem eu fosse. Mesmo que eu me esforçasse para ser a melhor pessoa do mundo, não seria bom o suficiente para encobrir aquilo. E td isso pq eu amava diferente.<br />
<br />
<span style="background-color: white;">Pensei em terminar com td, acabar com essa vida. Queria que a dor terminasse.</span><br />
<span style="background-color: white;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white;">Então vc que está lendo isso. Por favor, não faça isso com uma criança. Vc pode até pensar que ela não entende, que ela não vê. Mas ela sabe mto bem qdo não gostam dela.</span>Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-44699891885360039382012-07-17T21:40:00.003-07:002012-07-17T21:47:41.409-07:00Coisas que um hétero jamais entenderá - prefácio<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Faz tempo que estava com vontade de postar algo nesse estilo.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Por alguma razão em todo esse tempo não tive vontade de postar, não tive vontade de me expressar pela escrita. Minha linguagem voltou-se para outro lado. Não queria estar em meio a palavras, a verbos, substantivos, pronomes, adjetivos. Quis estar no ser, no concreto.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Algo me faz retornar a esse velho conhecido. Possuo esse blog há mto tempo, sinceramente não sei desde qdo e sinceramente estou com preguiça de procurar. Mas isso não importa, o que venho a iniciar quer ser mais importante do que já se foi.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Começo essas linhas com um novo projeto: escrever sobre sentimentos gays.
Acho que esse título não é dos melhores para explicar minha intenção. Espero que ele mude, que se transforme com o tempo, mas por enquanto deixemos que eles no leve a algum lugar, a um ponto de partida, a um fio.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Quero escrever sobre sentimentos que os nomeados heterossexuais parecem não entender, perceber. Sentimentos que nós, homossexuais e mais especificamente gays, sentimos, vivemos.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Em meio a tanta intolerância de nossos tempos, a tantos casos de discriminação e preconceito, espero que minha palavra possa levar conforto para alguns e sensibilidade para outros.
Espero poder abrir uma fenda em certas atitudes e transformá-las em outras.<br />
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: left;">
Talvez fosse isso o que faltava para eu escrever, expressar-me já não parece ser o que basta.</div>
</div>Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-33071458201146743072012-01-25T20:59:00.000-08:002012-01-25T21:01:51.758-08:00DescobertaNão sei como, mas descobri uma forma de deixar meu blog antigo, esse mesmo e apenas mudar seu endereço.<br />Assim fiz. Tinha feito outro blog, deletei-o e deixe apenas este.<br />Que tudo volte a ser como era antes...<br /><br />Só mudando o endereço...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-43076199680693874352012-01-20T13:48:00.001-08:002012-01-25T20:50:58.360-08:00Textos antigosMais um texto antigo, um texto sem título. Acho que era melhor do que sou...<br /><br /><br />Ao nascer do sol<br />Um amor que floresce.<br />Ao anoitecer<br />Somente uma pétala.<br /><br />Foge de mim<br />Entre caminhos ardilosos<br />Por ondas imensuráveis.<br />Não subsisto.<br /><br />Ódio torna-se patente.<br />No entanto,<br />Ao som de sua existência,<br />Liberto-me à ilusão. <br /><br />A tola esperança renasce.<br />Restaura a alma,<br />Armada para o próximo dia,<br />Mas não à próxima morte.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-32698492118188042782012-01-17T09:28:00.001-08:002012-01-25T20:50:58.376-08:00Andando de patinsFui no parque Ibirapuera esses dias.<br />Estava sentado, esperando meu amigo, enquanto lia um livro. Ao mesmo tempo em que lia, acabava observando o que acontecia ao meu redor. Minha atenção fica dispersa em lugares públicos, cada barulho chama por ela. <br />Tentava me concentrar na leitura. O local ajudava, estava na frente do MAM, sentado perto da marquise em reforma. Um lugar geralmente movimentado, mas por conta da reforma havia poucas pessoas, pouca movimentação.<br />No meio de minha leitura, ouvi alguém falando alto. Parecia um pai brigando com um filho. Ao me voltar para o barulho encontro, acho que um pai e acho que uma filha. <br />A filha estava tentando aprender a andar de patins. Estava com todos os equipamentos de proteção possíveis, capacete, luva, cotoveleira, joelheira.<br />Seu pai caminhava ao seu lado. Parecia bravo, falava para ela fazer de um jeito, de outro. Até que um momento ela parou e disse:<br />"Acho melhor esperar o ...."<br />Pela sua forma de falar, imaginei que fosse um professor. Seu pai continuava a falar alto, dizia coisas como "não precisa", "aí vc já tá andando" e a puxava pelo braço para ela continuar a andar. <br />Dizendo assim, até parece que seu pai a estava incentivando, mas não a estava.<br />A menina não era pequena, era gde, deveria ter uns 17 anos ou mais. Era nítido o seu medo de sofrer uma queda. Seus braços e pernas estavam rígidos, parecia uma boneca sem articulações. Diversas foram as vezes que jogou os braços para frente, para evitar de bater o rosto, o peito caso caísse. Suas pernas estavam trêmulas, seu corpo pendia para frente e para trás e deslisava mais pelos puxões do pai, do que pelos seus próprios impulsos. <br />Seu pai continuava mandando-a andar e puxava seu braço. Falava para ela mexer as pernas, dar impulso, mexer o corpo, qq coisa.<br />A menina tentava, mas o medo parecia tomar conta de seu corpo.<br />A menina permanecia ali, sendo puxada pelo pai, sendo empurrada por ele. E eu continuava olhando. Eles continuaram assim, até se distanciarem de mim. Nada pareceu mudar aquela situação e sabe-se desde de quando estavam naquela dinâmica.<br />Pensei na menina, estava aparentemente tão equipada, cheia de proteções pelo corpo, não conseguiria pensar em mais um equipamento para ela. Mesmo assim, parecia estar com muito medo, com o corpo travado. <br />Pensei em seu pai, tão rígido, sério e nada amoroso com sua filha. Mas que mesmo assim deve ter comprado tudo isso para ela.<br />Pena que seu pai e talvez nem ela percebessem que a proteção que a menina mais precisasse não tinha, a proteção de seu pai.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-55390450402970399222012-01-16T08:57:00.001-08:002012-01-25T20:50:58.391-08:00Textos antigosRevirando minhas coisas para participar de um livro que sairá produzido por homens gays achei uns textos antigos. Postarei alguns no blog. Aqui vai um que escrevi numa fase meio tensa da minha vida...<br /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Sonho</span><br /><br />Um dia sonhei.<br />Sonhei com um sol,<br />Um amanhã<br />Um novo.<br /><br />Sonhei.<br />Não sei se de noite,<br />Ou de dia.<br /><br />Só que neste sonho,<br />Não dormia,<br />Acordava.<br /><br />Acordava num mundo diferente,<br />Era mais fácil te beijar, abraçar,<br />Te amar.<br />Era mais fácil viver.<br /><br />Tive que voltar...<br />Voltar ao meu mundo,<br />Acordar nesse lugar.<br />Quis sonhar novamente.<br /><br />Quando algo me disse:<br />“Deixa disso, menino,<br />Era apenas um sonho”<br /><br />Ah...<br />Mas como era bom aquele sonho,<br />Que gostoso era sonhar.<br /><br />E de novo se ouvia:<br />“Deixa disso, menino,<br />Era apenas um sonho”<br /><br />E toda vez que te ouvia,<br />Toda vez que pensava,<br />Voltava a sonhar.<br /><br />Ah... <br />Como era bom aquele sonho,<br />Que gostoso era sonhar.<br /><br />E a voz foi diminuindo,<br />E aos poucos<br />Já nem se ouvia.<br /><br />Mas o sonho ainda era meu<br />E foi na sua voz<br />Que ele se esvaneceu.<br /><br />“Deixa disso, menino,<br />Era apenas um sonho”<br /><br />Ah...<br />Como era bom aquele sonho,<br />Que gostoso que seria<br />Se ele juntos<br />Pudéssemos sonhar...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-62702183466553708612012-01-14T13:55:00.001-08:002012-01-25T20:50:58.407-08:00Presente de NatalVéspera de natal.<br /><br />Um menino esperava ansiosamente para sua hora de dormir. Queria dormir logo, queria que o dia seguinte chegasse logo. Tinha pedido para o Papai Noel um presente novo e esse seria o melhor presente que poderia ganhar.<br /><br />Enquanto sua mãe o colocava na cama, a única coisa que ele pensava era no presente. <br /><br />“Mãe, é verdade que o Papai Noel pode dar qualquer presente?”<br /><br />Sua mãe não lhe respondeu, apenas fez outra pergunta:<br /><br />“Mas o que vc pediu esse ano que está com tanta vontade de ganhar?”<br /><br />“Não posso contar mãe… é segredo…” - Dizia ele baixinho.<br /><br />Sua mãe sorriu. Pensava na bicicleta que tinham comprado para ele. Tinha certeza que era aquilo e que seu filho ficaria muito feliz. Falou tanto na bicicleta durante o ano, só poderia ser aquilo. Não tinha sido fácil comprá-la, mas por ele, queria fazer aquele sacrifício. <br /><br />“Durma bem meu filho. Vamos dormir rapidinho que assim amanhã chega mais rápido” - Deu um beijo no menino e saiu do quarto.<br /><br />No meio da noite seus pais levantaram para colocar o presente na árvore. A mãe contava para o pai do menino sobre sua conversa. Os dois riam baixinho enquanto arrumavam o presente. Eles também estavam felizes e ansiosos com o dia.<br /><br />Na manhã seguinte a mãe foi acordar o menino e encontrou-o parado em frente ao espelho.<br /><br />“O que vc está fazendo, filho?”<br /><br />O menino não tinha percebido sua mãe entrar. Respondeu que não era nada, abaixou a cabeça e foi para a sala. <br /><br />Sua mãe achava estranho. Pensava que algo tinha acontecido, o menino não parecia bem, parecia triste. <br /><br />Foi para a sala atrás dele.<br /><br />Os dois abriram o presente juntos. O menino sabia que ganharia uma bicicleta. Tinha visto seus pais escondê-la, tinha ouvido eles colocarem na sala. Fingiu estar surpreso e muito feliz. Fez uma festa grande com seus pais, dizia que queria andar nela agora e saiu pela rua. Seu pai o acompanhava para ensiná-lo. Sua mãe ficara mais aliviada. Ainda ficou com a imagem de seu filho olhando para o espelho na cabeça, mas pensou que deveria ser alguma coisa de criança. Quem sabe seu filho não estava querendo crescer, afinal ele era um dos mais baixos de sua turma. <br /><br />O menino brincava na rua com o pai. Tentava andar na bicicleta, mas caía muito. Em um momento o menino teve um tombo forte. Ralou a perna e a mão e começou a chorar. Seu pai tentou acalmá-lo, mas não conseguia. Resolveu levá-lo para dentro de casa.<br /><br />Sua mãe também apareceu para acalmá-lo, mas o menino não parava de chorar. Fizeram um curativo e colocaram-no um pouco na cama para ver se sentia melhor. Sua mãe fazia um cafuné e dizia que isso acontecia quando as pessoas estavam aprendendo a andar de bicicleta, mas que ele não podia desistir, tinha que ser forte, já estava grandinho, não podia chorar daquele jeito.<br /><br />O menino fingia escutá-la, fingia se acalmar com aquilo. Mas o que o acalmava era apenas o colo e o carinho de sua mãe. Não chorava pela sua perna, pela sua mão. O tombo nem doera tanto, lembrava de que quando tinha quebrado o braço, a dor tinha sido muito pior. Chorava por outro motivo. Chorava, pois pensava no seu presente.<br /><br />Não sabia porque tinha pedido aquilo. Nem acreditava em Papai Noel, sabia que ele não existia. Já era esperto o suficiente para entender como o natal funcionava. Mas seu desejo não o deixava em paz. Suas esperanças ainda o faziam sonhar com seu presente. E nada parecia ter mudado.<br /><br />Seus pais deixaram-no descansar um pouco na cama. O menino, sozinho no quarto, permanecia deitado de lado, com o corpo voltado para a parede. Agarrava o travesseiro, apertava-o fortemente com as mãos e aproximava-o do peito. Seu coração doía, parecia queimar, parecia derreter. Fechava a abria o olhos lentamente. Seu olhar fixava-se em suas sensações, olhava para dentro, olhava para si. E entre olhadas e piscadas, algumas lágrimas escapavam de seu coração. Ele era apertado, esmagado, contraído. Ouvia-o bater, tentava calá-lo. Dizia para si - Fica quieto, eu não quero mais. Mas ele continuava a pulsar desejos.<br /><br />E num deslize, uma lembrança escapou. Lembrava de alguns dias atrás. Sentado ao lado de seu amigo. Seu ombro encostava no dele, parecia vivo com o toque. Lembrava do sorriso dele, sem um dente, como o seu. Lembrava de seus olhos, castanhos e amorosos, com longos cílios. Lembrou de seu amigo abaixar e inclinar sua cabeça, encostando em seu ombro e parando ali. Lembrou do tempo parar, de seu coração pular. Permaneceu parado por não sabe quanto tempo. Não conseguia mexer. Sentia apenas sua respiração ficar mais ofegante e um peso em seu ombro. Um peso que no momento foi leve, macio, que atravessou seu ombro e percorreu seu corpo. Calentou-o, aqueceu-o, sentiu-se diferente, não lembrava de uma sensação tão boa. <br /><br />No entanto, com o passar dos dias, seu peso aumentou. Tornou-se áspero, difícil de carregar. Pinicava-o, tornou-se incômodo. Sentia que aquele peso poderia esmagá-lo a qualquer momento. Não, não podia. Não podia sentir-se bem.<br /><br />Queria que aquele peso passasse, queria que ele nunca tivesse acontecido.<br /><br />Queria mudar para sempre.<br /><br />O espelho parecia delatá-lo e rir de sua cara.<br /><br />Ainda era o mesmo… e ainda carregava aquele peso…Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-44444783996708839282011-11-26T19:34:00.001-08:002011-11-26T19:38:52.721-08:00Seu corpo estava inerte. Sua vida parecia inerte. Suas sensações estavam inertes. Td passa, dizia para si. Mas ali estava ele, em frente um computador, conversando com pessoas, comendo, fazendo o que fosse, continuava parado. Nem mesmo seus pensamentos conseguiam seguir para uma direção. Td o que fazia era tentar quebrar isso.<br />Seu quarto acumulou tralhas. Não tinha vontade de arrumar. Olhava para os lados e parecia da mesma forma, numa bonança paralisante.<br />"O que será que está acontecendo?" Era o máximo que pensava.<br />"Deixe-me escrever, quem sabe não ajuda..." E nada...<br />O que aconteceu com vc? Pq está tão difícil?Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-58009388481440104402011-09-12T09:55:00.002-07:002012-01-25T20:50:58.454-08:00ProcrastinaçãoEm meio a tantas coisas a fazer, não sei por onde começar. <br />Não sei se tenho medo, se minha angústia foge e me leva com ela. Só sei que procrastino nessa vida universitária.<br />Até ao blog voltei, blog que estava abandonado. Quero voltar, quero postar. Seria esse o momento certo, seria essa uma organização? E eu minhas ilusões penso que isso pode me ajudar e volto a escrever por aqui. <br />Organiizar um pensamento, uma postagem não é fácil. Requer certa disciplina, saber o que dizer, o que colocar primeiro. Tenho esperanças de que isso passará para o meu estudo.<br />Vi algumas técnicas para tentar me organizar, mas nem isso fiz, apenas as olhei, achei-as interessante e onde está a minha iniciativa para começá-la.<br />Sinto estar rodeando minhas obrigações como um predador, a espera do momento certo para abater a sua presa. Ele espera, permanece, vigia.<br />Mas e qdo essa presa não se mexe, não se relaciona contigo? Ela te instiga, mas não te provoca. Ela fica ali e eu aqui. <br />Ai que coisa chata de ser ver. Que tédio... <br />Vou é fazer outra coisa...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-23287512153598257722011-04-18T21:38:00.000-07:002011-04-18T21:56:12.854-07:00A Grama do Vizinho é Sempre Mais VerdeQuem nunca olhou para o lado e pensou nessa frase? Quem nunca olhou para sua vida e pensou nessa frase? Quem nunca ouviu essa frase?<br />Lembro-me de minha mãe. Reclamando algo de mim e me comparando a alguém, principalmente alguém da família. Meus primos eram a sua preferência.<br />Em mtas vezes não concordei com ela, achava seu olhar deturpado e sempre pensava nessa frase.<br /><br />Agora, cabe aqui uma pequena reflexão em cima dessa frase.<br /><br />Bom, a primeira que nós sempre temos é se essa grama seria realmente mais verde do que a nossa. Além de algum problema com nosso olhar enviesado, temos outros: pode ser a luz, uma iluminação diferente. Comparamos as gramas sobre as mesma circunstâncias?<br /><br />E se a grama for mais verde mesmo?<br />Podemos pensar em que solo ela está plantada. Não seria aquele solo melhor que o nosso? <br />Será que há adubo nele? <br />Será que essa grama recebe melhores cuidados? Qual o segredo de uma grama tão verde?<br />Não teríamos nós uma parcela de responsabilidade?<br /><br />Agora, o que significa a grama ser mais verde? <br />Ser mais verde é indicativo do quê? Pode ser apenas uma diferença de tonalidade.<br />E qual é o seu tp de grama? Não teria relação com isso? Será que ser mais verde é melhor para sua grama?<br /><br />Ah, quer saber? Vou fazer uma horta que ganho mais...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-75535072968203083542011-04-18T11:31:00.000-07:002011-04-18T11:33:42.088-07:00Novo BlogGente, comecei um novo blog.<br /><br />Como esse anda meio parado e eu não queria ficar colocando outras coisas aqui,http://www.blogger.com/img/blank.gif pois gosto desse espaço para colocar meus texto, resolvi fazer um blog novo.<br />Postarei notícias, coisas que gosto, videos, filmes, assuntos que me interessam, falarei sobre diversidade sexual, T.O... Enfim, td o que quiser..<br /><br />Quem quiser aqui vai o link.<br /><br /><a href="https://debaixodeumaarvore.wordpress.com/">Novo Blog</a>Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-22717028818291262312011-03-20T20:46:00.000-07:002011-03-20T20:53:27.837-07:00Eles São AssimSe alguém ficou curioso com o meu post sobre minha experiência em frente as câmeras, vou postar o resultado aqui...<br /><br />Esse é um video que fala sobre o Projeto Purpurina e o GPH. Não fala mto do trabalho que é feito na ONG, mas mostra depoimentos de jovens homossexuais, pais de homossexuais e da presidente da ONG. Tb aparece um psicólogo (que ajuda na ONG), falando sobre o tema da orientação sexual.<br /><br />O vídeo se chama "Eles são assim" e está nesse <a href="http://elessaoassim.wordpress.com/">link</a>.<br /><br />Vale a pena. É curto, mas o resultado ficou mto legal.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-31274682486591211142011-03-19T12:21:00.000-07:002011-03-19T13:00:51.190-07:00O que é Terapia Ocupacional???O que é Terapia Ocupacional???<br /><br />Vi esse vídeo e tinha que compartilhá-lo. <br />Não acho que abrange td o que seja Terapia Ocupacional, mas definitivamente é o melhor vídeo que vi sobre o assunto.<br /><br />Assita <a href="%20http://www.youtube.com/watch?v=m6IXhMLgErA">aqui</a>.<br /><br /><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzNhcXbzbe5CbCcX_wfMqD5OJpt6F9yG4dCaZ-J5KLaEsuWyjgB982LtKBQeDPKWZCPgG-mWvqvfsWildQzRA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe>Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-85005505844150655562011-03-17T22:11:00.000-07:002011-03-17T22:38:18.676-07:00É só dizer eu te amoÉ como a música já enunciava:<br />"Eu preciso dizer que te amo".<br />Não era apenas uma vontade passageira vil.<br />É amor...<br />Preciso dizer que te amo, não que te quero, que te adoro,<br />Preciso dizer que te amo. <br />Chega de amigo, colega, companheiro.<br />Vc é meu objeto de afeição,<br />Meu objeto de carinho,<br />Meu objeto de mim.<br />Sim de mim, ele não é seu. <br />É tão meu que não posso te dar, não consigo.<br />Continua em mim e aqui permanece.<br />Mas aqui está pequeno, ele está sufocado, quer respirar, precisa respirar.<br />E ele cresce, e como cresce. Precisa de espaço.<br />Não sou mais suficiente, seu tamanho mais que dobrou. Não sei bem o que se passou e ele continua a crescer, se continuar dessa forma, vai morrer.<br />Então é preciso sair, é preciso viver.<br />Chega de esconderijos, lugares secretos, espaços apropriados. Chega de tentar contê-lo.<br />Tenho que soltá-lo. <br />É preciso força, já ficou mto apertado. Não sei se ele consegue sair.<br />Pera, eu vejo algo se movendo...<br /><br /><br /><br /><br />TEEEEEEEEE AAAAAAAAAAAAAMMMMMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-85309048426903225872011-01-30T18:38:00.000-08:002011-01-30T18:52:36.235-08:00Corpo que chamaHavia tempos que seu corpo gritava internamente.<br />"Chega", dizia ele, "Não aguento mais. Por favor, pára."<br />Ele não parou. Continuou, continuou, continuou. <br />Enquanto isso, corpo travava uma batalha consigo.<br />Suas pernas cresciam, seus braços pesavam, sua barriga não parava só pensava em arranjar mais espaço. Seu corpo pesava. Sentia a força em seus joelhos. Seus pés pareciam cada vez mais achatados.<br />Suas calças, cada vez mais apertadas. Sua respiração ofegante.<br />Estava mais difícil se locomover, se movimentar livremente como no passado.<br />Seu corpo ainda gritava. Agora chorava e pedia socorro. Não sabia mais o que fazer.<br />Até que por um instante ele pareceu ouvir aquele suplício. Seu corpo se espantou. <br />"Será que ele percebeu agora?", pensou.<br />Passou a mão sobre seu peito, sua barriga e sua perna.<br />Mas qdo foi que ficara daquele tamanho?<br />"Chega", pensou.<br />Seu corpo ouviu e se encheu de esperanças.<br />"Será que ele voltará a ser como antes? Vai me tratar melhor? Cuidar de mim?"<br />Seu corpo se aquietou. Queria apenas descansar.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-46527044204735647822011-01-20T16:39:00.000-08:002011-01-26T16:01:17.181-08:00FaltaMãe, pai, sinto falta de vcs. Acho que sempre senti falta de vcs...<br />Me lembro de qdo era criança.<br />Lembro de brincar na rua, lembro dos meus amigos, das mil histórias que construía apenas com a cabeça sem precisar de bonecos, de instrumentos, usando apenas esse órgão tão gde e pesado que temos na nossa cabeça.<br />Mas todas as vezes que penso em vcs, minha lembrança me traz imagens vagas e tristes. Minha mente parece não querer ver, quer apagar o que se foi e construir com o que se tem.<br />No entanto, imagens ainda me perseguem, lembranças ainda me tocam num movimento de onda, me puxando, me arrastando, me virando e depois me trazendo de volta.<br />Não quero mais brigar com vcs, não quero mais vcs longe de mim.<br />Mas ainda dói, ainda é difícil.<br />Vcs têm suas limitações, eu tenho as minhas.<br />Talvez vcs nunca me entendam, assim como eu não entenderei vcs.<br />Mãe, pai, por favor, fiquem, não se vão,<br />Ainda sinto falta de vcs.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-2521471747971192962011-01-18T16:51:00.000-08:002011-01-18T17:07:49.375-08:00ReportagemÉramos cinco dando uma entrevista para um curta. Não sabíamos mto bem o que seria exatamente o curta. Mas entendemos que era um trabalho para a prefeitura. Nem mesmo seus autores tinham certo para onde iríamos.<br />Mesmo assim concordamos em filmar, em dar nosso depoimento. <br />Estava nervoso, na verdade, estávamos todos. Dois tinham gravado antes de nós.<br />Mas o que dizer, o que falar? O que saber o que é importante?<br />E aquela câmera apontada para a minha cara como um bazuca. Um tiro de exposição do qual nem sei a dimensão. Só sei que seria grande.<br />Conversamos um pouquinho, tive algumas orientações. Mas foi ao sentar naquela cadeira com um microfone no pescoço. Td ficou branco em minha mente e só pensei nas pernas trêmulas. Algumas palavras saíram de minha boca, sem controle, sem direção. <br />Pararam algumas vezes para me ajudar a organizar e retornar para meu livro de vivências.<br />Falei de minha mãe, de meu pai. Assumi, expus, travei.<br />E no final, qdo td acabou, uma vontade repetir, de fazer melhor, de ser mais claro, grudou nos meus pés e não quis soltar. <br />Foi-se, perdi minha virgindade para as câmeras. Fiz o melhor que pude. Mas o desempenho da primeira vez sempre deixa a desejar...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-15402778726798663252011-01-16T17:50:00.001-08:002011-01-16T18:01:21.163-08:00Sentados numa praça"Será que algum dia esse mundo vai mudar?"<br />Eram dois jovens sentados em uma praça conversando ao por do sol. Refletiam sobre a vida, sobre o mundo. <br />Não gostavam do mundo em que viviam. Ele parecia mto patético, mto careta.<br />Diziam como tds estavam fúteis. O quanto a sua geração estava perdida.<br />Queriam um mundo melhor para se viver.<br />Um deles mais exaltado, condenava seus conhecidos, suas famílias. Condenava mtos a seu redor. <br />O outro permanecia mais calado, apenas observava o jeito que seu amigo falava. Achava engraçadinho todo aquele furor, todo aquele descontentamento.<br />Enquanto os dois conversavam. Um senhor passou e pediu uma informação. Queria ir até a farmácia mais próxima. <br />O jovem exaltado, logo levantou e explicou para o senhor o caminho. <br />Seu amigo olhou com uma cara estranha. Pensava consigo que naquele caminho não havia farmácia.<br />O senhor se foi e o jovem voltou a sentar. <br />"Mas naquele camin...."<br />E logo foi cortado novamente pela lamúrias de seu amigo, que no final perguntou.<br />"As pessoas são tão ignorantes, vc não acha?"Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-90439058568806317032011-01-13T19:40:00.000-08:002011-01-13T19:53:39.676-08:00Meninas que BrincamEstavam no quarto de uma delas. Eram apenas algumas meninas brincando de imaginar o futuro.<br />Colocavam o cobertor sobre a cabeça e seguravam o travesseiro na mão. Em meio a sonhos e fantasias, os cobertores viravam véus e os travesseiros, buquês. Sonhavam com um casamento.<br />Riam e contavam detalhes sobre a cerimônia, a festa. Umas queriam casar na igreja, outras no campo, na praia. <br />Mas uma menina permanecia mais calada que as outras. Olhava para o entusiasmo das amigas e as invejava. Queria ser como elas.<br />Seus olhos permaneciam quietos, atentos aos movimentos a sua volta. De sua boca, às vezes escapava um "Eu Também!". Tinha vontade de falar. Seus corpo ficava inquieto, era seu sonho subindo.<br />Mas sempre ele parava no meio do caminho. Não falava. Tinha medo.<br />E em meio aquele mar de contos de fada. Em meio a tantos sonhos e desejos. Aquela menina sentia-se só, queria chorar. Mas nem isso parecia permitido.<br />Controlava-se da maneira que podia. Seus olhos às vezes ficam marejados. Baixava a cabeça, enxugavo-os no travesseiro, desviava.<br />Pensara no seu futuro. Perguntava-se se algum dia poderia sonhar como suas amigas.<br />Olhou para sua boneca. Colocou o cobertor na cabeça dela. Imaginou uma noiva linda com um belo vestido de princesa. E por um momento sonhou e sorriu.<br />Quem sabe um dia não poderia ir para um reino encantado e encontrar uma princesa como aquela?Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-50657828925318653042011-01-11T18:51:00.000-08:002011-01-11T19:08:03.015-08:00Amor que não se pode dizer o nomeEra uma noite fria de sexta-feira. Sempre juntos, andávamos pelas ruas de uma cidade que não descansa. <br />Uma rua e tudo parou. Meu tempo parou, o seu acabou.<br />Não precisaram de mto para levar vc de mim. Enquanto meu corpo caía sobre a calçada. Via vc me defender. Vi vc oferecer a sua vida pela minha.<br />Apenas senti uma pontada nas costas e o resto do meu corpo foi-se ao chão. Caí devagar.<br />Seu rosto sujo de sangue foi minha última lembrança.<br />Levaram vc de mim e me fizeram olhar enquanto partia.<br />Levaram vc com ódio. Justo vc que tanto amou.<br />Levaram vc na covardia. Sua coragem para nos amar não nos protegeu.<br />Levaram vc de mim, desse mundo. <br />Mas ainda sinto sua mão em meu peito para me acalmar. Sinto sua mão na minha testa para me proteger. Sinto seu abraço apertado que me dava toda manhã e toda noite, com um suspiro em meu ouvido.<br />Eles podem ter levado vc, mas jamais tirarão vc de mim.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-35335994251217817352010-12-17T06:29:00.000-08:002010-12-17T06:46:05.533-08:00Loja de roupasLá estava eu, tranquilamente em uma loja do Brás, escolhendo camisetas para pintar. Estava envolto em indecisões de cores, tamanhos e quantidade. Mas algo chamou minha atenção naquele momento, fazendo-me escapar de meus devaneios e angústias.<br />Era um menino e uma mãe. <br />O menino deveria ter entre 3, 4 anos. Era bem pequeno, mas já andava pela loja, olhando tantas roupas expostas. Já articulava bem sua falava e enquanto andava, falava e ajudava sua mãe a escolher as roupas.<br />- Filho, o que vc acha dessa camiseta para o papai?<br />- Não, essa é feia.<br />- Vc não gosta dessa cor?<br />- Não!<br />- E essa daqui? - apontando para uma camiseta rosa<br />- Essa não, essa é de bichona...<br />- Ah, filho, mas é bonita, vc não gosta?<br />- Não, é de bichona!<br />Enquanto isso, sua mãe achava graça nas coisas que o menino dizia. <br />Eu fiquei ali, parado por um momento. Estava processando a situação ainda. O menino olhou para mim, sorriu e passou. Sua mãe, continuou tentando achar uma camiseta e depis contou a história para a avó e para a tia. Contou como se fosse uma brincadeira, uma piada.<br />Elas passaram por mim e nem notaram minha presença.<br />Fiquei ali por alguns instantes. <br />Era tão pequeno aquele menino. Uma criança.<br />E enquanto sua mãe, avó e tia, caminhavam pela loja, rindo e achando graça, mal sabiam o que estavam criando. Mal sabiam que já inseriam uma semente de preconceito no menino.<br />Um menino tão pequeno, tão jovem.<br />Um menino que no futuro poderá olhar para si mesmo e ter nojo. Não se aceitar.<br />Foi aquele sorriso, aquele olhar que ficou em minha cabeça. O jeito daquele pequeno menino já me dizia que ele seria um de nós no futuro...Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-10962160333314798392010-09-20T17:52:00.000-07:002010-09-20T18:00:06.823-07:001 litro de lágrimasHj eu terminei de ver a novelinha japonesa 1 litro de lágrimas. Para nós é mais similar à uma minissérie que uma novela. Elas tem poucas capítulos de duração não mto gde tb.<br />Essa novelinha me tocou por mtos motivos e me faz pensar em mtas coisas.<br />Sinto-me renovado ao vê-la, quase uma sessão de descarrego de tanto que se chora.<br />A história, como toda história japonesa, é triste. Mas é contada de maneira mto sensível e sutil. <br />Conta-se sobre uma menina com uma doença incurável. A doença tem caráter progressivo e aos poucos tira o equilíbrio e o movimento do corpo. Ela pode ser pensada em mtos aspectos para a Terapia Ocupacional tb. <br />Ela me fez pensar em todo meu sentimentos e meu processo criativo. Em como eles estão interligados. <br />Me fez pensar na relação que tenho com meu corpo. Meu corpo é minha casa, minha vida.<br />Acho difícil vê-la e não ficar em um estado de reflexão e contemplação.<br />Recomendo a todos, espero que gostem.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-66955131888313718052010-09-01T16:37:00.000-07:002010-09-01T16:51:57.053-07:00Corpo caladoLá estava ele em meio aquele agrupamento de pessoas dentro de um ônibus. <br />Um gde agrupamento, pensou. <br />Sua mente estava em outro lugar. Calado com seu fone no ouvido, pensava na vida. Conexões de diversas ordens eram formadas naquele emaranhado de ideias.<br />Até que sentiu aquele corpo pesado recostando sobre suas costas. Fora um toque leve e sutil, mas sentira-o com vigor.<br />Nesse momento olhou para os lados atento a situação. Havia mta gente. Seus corpos se aproximavam, se tocavam, se esbarravam.<br />Há qto tempo estaria ele sendo tocado por outros? Qtos teriam passado por ali e realizado um contato corpo a corpo? <br />Olhou para os lados novamente. Via aquele agrupamento de pessoas e pensou em qtas estariam na mesma situação.<br />Em meio aquele aglomerado, era melhor não pensar. Melhor mesmo era instaurar uma dissociação entre mente e corpo.<br />Se prestasse atenção, recostariam em lugares privados, em lugares proibidos.<br />Mas seu corpo pulsava. Ele tinha vida.<br />Por mais que esquivasse sua mente, ele a puxava de volta.<br />Eles não poderiam ficar separados. Sua mente estava corporificada e seu corpo jazia entre pensamentos.<br />Como os outros conseguiam permanecer tão apáticos em meio a td isso? Como ele fazia para cortar essa conexão novamente? E queria mesmo isso? Queria se desligar de seu corpo, queria desligar suas sensações?Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5800269580518615754.post-31506444184633533802010-08-31T08:59:00.001-07:002010-08-31T09:08:26.696-07:00Dois mesesDepois de dois meses ficamos eu e vc por aqui. As coisas passaram, as coisas se foram.<br />O medo me deu uma trégua.<br />Ficamos apenas eu e vc a conversar. Deitados em cima daquela cama nos olhávamos como duas crianças que acabaram de ganhar um novo presente.<br />Sim, era novo. E, claro, era um presente. Presente maior que esse ainda não vi.<br />Estar ao seu lado, estar com vc. Estar... é bom estar.<br />Mas parece que estou com vc há tanto tempo.<br />Parece que te conheço de algum lugar.<br />São somente dois meses. <br />Mas nossos corações ditaram uma temporalidade atípica. Ela não pode ser medida. Não pode ser contada.<br />Mesmo com seu jeito exatóide e minha forma humanizada, o tempo nos escapa.<br />E quando percebemos foram apenas dois meses.<br />No entanto o presente continua. Ele se renova a cada dia.<br />E nossos olhares, continuam a se fitar como duas crianças.Kenhttp://www.blogger.com/profile/06533665017528980865noreply@blogger.com0