quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novas alucinações

E depois de muito tempo ele sempre volta a postar em seu recanto perdido.
Para regozijo de uns e nojo de outros o menino voltou com uma novidade.

Suas mais novas alucinações se tornaram presentes.
Em um ritual, um chá, uma cadeira, um espaço, um tempo, um grupo, uma irmandade.
Tudo aconteceu sentado naquela cadeira de praia sem saber para onde ir.
Seu corpo se desfazia, unia-se a cadeira, ao chão, ao universo.
Suas sensações se aguçaram, seu toque se aprofundou, comunicou-se com o que havia ao redor, pôde sentir as mais diversas oscilações num corpo presente.
Uma agitação tomou conta de seu corpo e olhar da sociedade se tornou presente, angustiante e não soube controlá-lo.
A presença de outros o irritou. Quis um momento para si, quis se conhecer e se aprofundar naquele oceano por dentro de sua forma.
E de repente tudo virou graça. Sua alegria infantil estava de volta, suas experimentações pareciam estar iniciando e seu corpo se via em risos e sons experimentais.
Seu corpo já tomara vida própria, unida as diferentes formas que apareciam no espaço.
Sons, música, passos, o relincho do cavalo se alternavam entre presentes e distância.
Sentiu-se transformando, renascendo, derretendo.
Seu corpo já não tinha mais as mesmas sensações, seu controle já era outro, sua experiência mudara-o como jamais imaginara.
E depois, voltou a casa, a seu mundo, voltou a pensar e refletir.

E chegou a conclusão de que suas alucinações eram presentes de uma morada escondida na profundidade de um oceano cheio de vida dentro de si.

Aquietou-se e voltou a viver...

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