sábado, 17 de outubro de 2009

Jogo do Amor

O tabuleiro é montado,
As peças são colocadas
E o jogo começa.

Os jogadores se olham,
Se encaram,
Se estudam.

Cada movimento tenta ser registrado.
Observa-se todas as nuances e pequenos gestos.
Tenta-se prever as atitudes.

Um quer entender o outro.

Truques são feitos,
Armadilhas são postas.

Cada jogada é computada,
Ganham-se e perdem-se pontos.

Sua-se frio,
Fica-se nervoso.
Ambos fazem de tudo para ganhar.

Mas por mais que tentem controlar a situação,
Há sempre um grau de imprevisibilidade,
Uma jogada não esperada.

E tudo pode mudar.

A tensão aumenta,
O suor escorre.

A cada jogada aproxima-se de um final:
Um ganhador e um perdedor.

A atmosfera os envolve,
Os sentimentos prendem,
O medo domina.

E de tão absortos na partida
Não percebem que este jogo
Não possui um manual de instruções.

domingo, 4 de outubro de 2009

Tu

Continuo a pensar em vc, mas a cada dia menos, a cada dia com menor intensidade.
Meu coração e meu ser ao mesmo tempo em que desejam que sua imagem seja apenas uma parte de minha história, não me deixam colocá-lo no passado e te seguram no presente.
O paradoxo de se superar um amor.
A sensação de que ele nunca deixará de existir, mas o conhecimento de que se acostuma com a ausência.
Minha história me fala que supero, minha história me conta que passa. Minha história conversa comigo e me consola.
Meu passado te traz ao presente.
Meu presente se faz em sentimentos em sensações.
Um futuro incerto atira-me uma esperança da qual tento desviar.
O que se fazer com um todo que não se processa de maneira isolada? O que fazer quando sentimentos e racionalidade se diferem, se complementam, se estranham, se envolvem?
O que se fazer num estado de anomia já familiar?
O que eu faço com o que sinto por vc?