quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Corpo calado

Lá estava ele em meio aquele agrupamento de pessoas dentro de um ônibus.
Um gde agrupamento, pensou.
Sua mente estava em outro lugar. Calado com seu fone no ouvido, pensava na vida. Conexões de diversas ordens eram formadas naquele emaranhado de ideias.
Até que sentiu aquele corpo pesado recostando sobre suas costas. Fora um toque leve e sutil, mas sentira-o com vigor.
Nesse momento olhou para os lados atento a situação. Havia mta gente. Seus corpos se aproximavam, se tocavam, se esbarravam.
Há qto tempo estaria ele sendo tocado por outros? Qtos teriam passado por ali e realizado um contato corpo a corpo?
Olhou para os lados novamente. Via aquele agrupamento de pessoas e pensou em qtas estariam na mesma situação.
Em meio aquele aglomerado, era melhor não pensar. Melhor mesmo era instaurar uma dissociação entre mente e corpo.
Se prestasse atenção, recostariam em lugares privados, em lugares proibidos.
Mas seu corpo pulsava. Ele tinha vida.
Por mais que esquivasse sua mente, ele a puxava de volta.
Eles não poderiam ficar separados. Sua mente estava corporificada e seu corpo jazia entre pensamentos.
Como os outros conseguiam permanecer tão apáticos em meio a td isso? Como ele fazia para cortar essa conexão novamente? E queria mesmo isso? Queria se desligar de seu corpo, queria desligar suas sensações?

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