terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Carnaval enrustido

E nosso pequeno grande personagem parte em mais uma aventura, adentrando em um mundo diferente do que está acostumado.
Viajou, foi para uma pequena cidade no interior. Sabia das condições que teria que enfrentar para estar em tal lugar. Achou que não seria tão difícil, mas o foi.
Teve que entrar no armário novamente, se enrustir. Uma tarefa que pensava estar acostumado depois de tantos anos se escondendo.
Se enganou. Ao chegar naquela pequena cidade, já sentiu uma grande pressão em volta de seu corpo. Agora teria que controlar seu gestos, sua maneira de falar, de sentar, de se portar.
Percebeu o quão difícil se tornara aquela missão e o quão desagrádavel era para si usar aquela máscara.
Não gostava dela, achava ela feia. Seu material parecia frágil, seus enfeites refletiam uma época passada.
Não aguentava e às vezes tinha que tirá-la e percebeu que as tiras que a prendiam em seu rosto, também já estavam desgastadas e mtas vezes aquela máscara caía sem querer.
Olhava a sua volta e tantos eram como ti. Tantos tinham uma máscara que não gostavam e elas caíam, sempre caíam. Nem todos percebiam, nem todos conseguiam, mas seus olhos estavam atentos e percebiam as quedas.
Qta pressão existia naqueles mascarados. Qta expectativa era colocada em uma máscara.
E por um tempo, teve vontade de arrancar todas elas, teve vontade de ver aqueles rostos. Mas sabia que não podia e compreendia aqueles mascarados.
Foi então que percebeu. Percebeu que aquilo lhe dava forças. Não queria mais ver máscaras, queria rostos.
E lutaria, ah, sim, ele lutaria para que as máscaras não fossem mais necessárias.

Um comentário:

  1. Eu lutaria ao lado desse personagem, porque máscaras sempre enganam, mascaras são objetos falsos que iludem a realidade, e elas sempre caem, elas sempre se desmancham, a mascara em um baile mascarado, fingir que esta alegre, fingir que não sabe de nada... eu lutaria ao lado dele, só para ter a alegria de ver um mundo menos mascarado... bjus

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