sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia do namorados

Era madrugada de um dia especial. Dia dos namorados.
Uma data que deveria ser comemorada junta, com aquele dito especial.
Mas sua madrugada era fria e sozinha. Sentado na frente daquele computador.
Suas relações eram mediadas por um tela dura. Ela não te respondia. Não demonstrava alegria, compaixão, afeto.
Era apenas um tela, lisa e refletora.
Colocava uma música para se sentir menos só. Para que ela pudesse embalar seus pensamentos e sentimentos numa melodia alienante.
Seus dedos estavam cansados de apertar aquelas teclas aparentemente macias. A repetição constante e sua insistência enrijeciam seus dedos.
Está frio, pensava. Era bom fazer seus sangue circular, exercitar os dedos.
Está frio, pensava.
Mas era aquela repetição que enrijecia seus dedos.
Não percebia o que te paralisava e sempre pensava no frio.
Sentia falta de um calor humano.
Não, não queria apenas um corpo. Queria sentir o calor, queria se sentir aquecido.
Seu peito parecia esfriar a cada momento e nem os cobertores lhe ajudavam.
E só lhe restava aquela tela fria.
Mas espera, percebeu uma corrente de ar quente partindo de seu computador.
Havia ali um motor que mantinha as coisas aquecidas.
Nem aquela fria tela sobrevivia sem algo que pudesse aquecê-la.
Não entendeu o motivo, mas se sentiu melhor.
E foi buscar um chá para ficar mais quente.

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