sexta-feira, 21 de maio de 2010

I Marcha Nacional Contra Homofobia



Eles marcharam.
Era a primeira vez que marchavam daquela forma, mas nem por isso deixaram o colorido e a alegria de lado.
A seriedade de sua luta estava ali. Estava em cartazes, em faixas, em falas, em pessoas, em vestimentas, estava na vida.
Deixaram seus estados, seus trabalhos, suas casas, suas vidas para protestar em nome daqueles que enfrentam as mesmas condições.
E por um dia, Brasília se encheu de cores, de caras, de diversidade.
A cada cor um gesto, a cada cor uma expressão, a cada cor um sentimento, um sonho, uma vida, uma pessoa.
Havia uma celebração da vida. Celebração daqueles que venceram. Pessoas se encontravam, se cumprimentavam, se abraçavam.
Era bom saber que estávamos vivos e atuantes.
Mas em meio a tudo isso. Havia a memória dos que se foram. Um luto por aqueles que não venceram essa batalha.
A cada dois dias um homossexual é assassinado por homofobia.
Somos assassinados pela coragem de se expor.
Somos assassinados por querer um espaço nesse mundo para além dos guetos.
Somos assassinados por que vivemos e queremos viver.
Por isso marchamos.
Marchamos para abrir caminhos.
Marchamos por um espaço.
Marchamos porque queremos continuar a marchar.

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